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Taquarussu,12/03/2025

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Mais de 50 países possuem drones de combate, aponta estudo; veja modelos mais comuns

g1.globo.com
Mais de 50 países possuem drones de combate, aponta estudo; veja modelos mais comuns
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Na terça-feira (11), a Ucrânia lançou um grande ataque sobre Moscou com drones, veículos aéreos não tripulados, utilizados em combates pelo mundo. Turquia, Irã, China e EUA estão entre os principais fabricantes. Ao menos 54 países possuem drones de combate — como os usados pela Ucrânia em ofensiva contra Moscou nesta terça-feira (11) — segundo a edição mais recente do estudo do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) sobre as capacidades militares das nações. Os dados são de 2024.
O número representa 31% dos 174 países sobre os quais a organização, que há 65 anos faz esse levantamento, obteve dados, e um aumento em relação aos 38 que detinham drones de ataque em 2022.
O Brasil não tem drones de combate, apenas de monitoramento, segundo o levantamento.
Entres drones de ataque presentes em mais países estão o turco Bayraktar (em 28), os chineses Caihong (15) e Wing Loong (13), o americano MQ (14) e os iranianos Mohajer (14) e Shahed (13) – um modelo desses, o Shahed-136, foi utilizado pelo Irã no ataque a Israel em abril de 2024.
Alguns países não operam diretamente os drones. É o caso da Líbia, onde a Turquia mantém uma base militar na qual há o drone Bayraktar TB2, e do Kwait, onde os EUA mantêm uma base na qual há o drone MQ-9 Reaper.
Ucrânia faz ataque massivo com drones
Ucrânia ataca Moscou em maior ofensiva com drones da guerra
Nesta terça-feira (11), a Ucrânia fez um ataque massivo com drones em Moscou, na Rússia. Foi a maior ofensiva com drones da guerra, e o bombardeio deixou três mortos e 17 feridos, provocou incêndios e levou à suspensão temporária das atividades em quatro aeroportos da capital russa, segundo autoridades locais.
Poucas horas depois do ataque com drones, a Ucrânia aceitou uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo imediato de 30 dias com a Rússia, segundo uma declaração conjunta dos dois países.
Ainda não se sabe qual tipo de drone a Ucrânia usou no ataque, mas segundo o estudo do IISS, o país possui dois tipo do equipamento de combate: os drones de ataque unidirecional (OWA, na sigla em inglês) e os veículos de combate, inteligência, vigilância e reconhecimento (UAV).
De acordo com o instituto de estudos estratégicos, no início do conflito com a Rússia, a Ucrânia usava drones doados pelo Ocidente e, desde 2023, houve um aumento no uso dos equipamentos de inteligência.
Drones de madeira
Segundo Vitelio Brustolin, pesquisador da Universidade de Harvard e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), os drones de combate usados pela Ucrânia são equipamentos comerciais adaptados, produzidos principalmente em fábricas de móveis, que estão sendo adaptadas.
"Eles são feitos muito rapidamente. A fuselagem leva cerca de uma hora para ficar pronta. Em mais meia hora, são instalados os eletrônicos e os explosivos dos drones. Então, a Ucrânia adaptou a sua base industrial de defesa para a produção de drones", explicou o professor.
Ainda de acordo com Brustolin, as peças para a produção dos drones vêm do mundo inteiro, mas principalmente da China, que também abastece a Rússia.
Para o professor de Relações internacionais da ESPM Gunther Rudzit, o mundo vive a "era dos drones militares".
“A aplicação [dos drones] como veículos de ataque foi uma evolução muito rápida, já que eles são baratos e muito letais. O uso deles em grande quantidade se mostrou letal para os navios e tanques, fazendo com que as forças armadas no mundo, pelo menos as mais avançadas, já estejam se remodelando a esta nova realidade”, disse.

O que é um drone de combate?
O ISS divide drones de combate em duas categorias:
Os veículos de combate, inteligência, vigilância e reconhecimento (CSIR), que têm capacidade de fazer ataques em terra, além de monitoramento. Exemplos deles são MQ-9 Reaper, dos Estados Unidos, o turco Bayraktar TB2 e o drone chinês CH-4B.

Os equipamentos de ataque unidirecional são veículos que têm características tanto de drones como de mísseis de cruzeiro, e podem voar diretamente para um alvo definido ou fazer uma busca desse alvo. São modelos desse tipo o Shahed-136 e os israelenses Spike Firefly e Harpy.
Irã e Turquia crescem como fornecedores
Segundo o IISS, a demanda por esse tipo de equipamento criou uma onda de acordos de exportação, com destaque para Turquia e Irã – dois dos principais fabricantes mundiais desse tipo de equipamento, ao lado de China e Estados Unidos.
Um dos principais drones iranianos é o Shahed-136, uma aeronave kamikaze usada no ataque de 18 de abril contra Israel. Segundo o ISS, uma linha de produção do modelo está em desenvolvimento na Rússia, que compra o equipamento desde 2022. Os rebeldes Houthis, do Iêmen, fazem aquisições do tipo desde 2021 – veja mais sobre o Shahed-136 abaixo.
O Irã também é o fabricante do drone de combate Mohajer 6, que, segundo o IISS, acredita-se que seja usado pela Venezuela – único país da América Latina entre os 48 detentores desse tipo de equipamento.
A Turquia, por sua vez, tem como principal modelo o Bayraktar TB2, que está em operação em 17 países do mundo – inclusive a Ucrânia, que, no início da invasão russa, dependia de drones de combate improvisados a partir de modelos civis, e agora produz 4 modelos diferentes, inclusive um com capacidade de voar 1 mil km.
Nesta reportagem, você vai ver:
Shahed-136, do Irã;
Bayraktar TB2, da Turquia;
MQ-9 Reaper, dos Estados Unidos;
Caihong, da China;
Wing Loong II / China.
Veja mais detalhes sobre alguns modelos de drones
🛬 Shahed-136 / Irã
O equipamento fabricado em 2021 foi utilizado em larga escala no ataque feito pelos iranianos contra Israel no início de abril.
O Shahed-136 é um drone-kamikaze que tem como característica principal uma combinação de design em asa delta e capacidade de voo em baixa altitude, fator que dificulta drasticamente a detecção por radares de sistemas de defesa aérea.
Segundo o Army Technology, site de notícias especializado em armamentos, o drone de ataque portátil pode carregar até 40 quilos de ogivas e ser lançado a partir de um caminhão militar ou comercial.
Drone Shahed-136
Arte g1
Alcance: de 1.000 a 1.500 km;
Velocidade máxima: 185 km/h;
Peso: 200 quilos (sem carga);
Comprimento: 3,5 metros;
Envergadura: 2,5 metros;
Armamento: ogiva explosiva (40 kg);
Quem usa: Irã, Iraque, Iêmen e Rússia.
Em 2022, o Irã virou um importante apoiador militar da Rússia no conflito contra a Ucrânia e enviou o Shahed-136 para atuar no combate. Além dos russos, as forças rebeldes Houthis, do Iêmen, também receberam o drone em 2021.
Como os drones se tornaram armas fundamentais na Guerra da Ucrânia
🛬 MQ-9 Reaper / Estados Unidos
O MQ-9 Reaper é fabricado pelos Estados Unidos. Sua função primária é coletar informações, servindo de apoio e vigilância em missões, mas também pode ser usado em ataques.
O Reaper pode ser equipado com até 8 mísseis guiados a laser e, por isso, é considerado uma arma letal e altamente precisa. Este modelo de drone foi usado, em 2020, para matar Qassem Soleimani, chefe de uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã e um dos homens mais poderosos do país.
Drone MQ-9
Arte g1
Alcance: 1.850 km;
Velocidade máxima: 444 km/h;
Peso: 2.223 kg (sem carga);
Comprimento: 11 metros;
Envergadura: 20,1 metros;
Armamento: combinação de mísseis (1.701 kg);
Quem usa: EUA, França, Itália, Holanda, Polônia, Espanha, Reino Unido, Índia, Polônia (base EUA), Kuwait base EUA), Iraque (base EUA), Jordânia (base EUA), Djibouti (base EUA), Niger (base EUA) e Japão (base EUA).
🛬 Bayraktar TB2 / Turquia
O Bayraktar TB2 pode ser armado com bombas guiadas a laser, e é uma das principais apostas da indústria bélica turca. Segundo o IISS, drones da família desse modelo estão presentes em ao menos 17 países.
Drone Bayraktar
Arte g1
Alcance: 1.850 km;
Velocidade máxima: 222 km/h;
Peso: 500 kg (sem carga);
Comprimento: 6,5 metros;
Envergadura: 12 metros;
Armamento: mísseis guiados por laser (150 kg);
Quem usa: Turquia, Polônia, Sérvia, Azerbaijão, Quirguistão, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequistão, Paquistão, Líbia (base turca), Marrocos, Catar, Emirados Árabes Unidos, Burkina Faso, Djibouti, Etiópia, Mali e Togo.
As vendas crescentes ajudaram o país a mais que dobrar suas exportações de defesa e aeroespacial de US$ 1,82 bilhão em 2017 para US$ 4,4 bilhões em 2022, aponta o IISS A Turquia assinou contratos para entregar drones armados e bombas guiadas a laser para cerca de 30 países entre 2018 e 2023.
O drone Bayraktar TB2 está presente nos seguintes países: Polônia, Sérvia, Azerbaijão, Quirguistão, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequistão, Paquistão, Líbia (base turca), Marrocos, Catar, Emirados Árabes Unidos, Burkina Faso, Djibouti, Etiópia, Mali e Togo.
🛬 Caihong / China
Desenvolvido pela China Aerospace Science and Technology Corporation (CASC), os drones Caihong (abreviados para CH) são fabricados em modelos diferentes.
O CH-4B, por exemplo, tem um sistema misto de ataque e de reconhecimento de território. Com uma carga útil de até 345 kg, pode levar até seis armas e disparar mísseis a partir de uma distância de 5 mil metros. A bateria tem duração de 40 horas.
Drone Caihong-4B
Arte g1
Alcance: 5.000 km;
Velocidade máxima: 435 km/h;
Peso: 1.000 kg (sem carga);
Comprimento: 3,5 metros;
Envergadura: 18 metros;
Armamento: seis mísseis armas ou carga de (345 kg);
Quem usa: China, Indonésia, Mianmar, Paquistão, Argélia, Iraque, Jordânia, Arábia Saudita, República Democrática do Congo, Nigéria e Sudão.

Entre os drones de ataque da família CH, estão os modelos CH-3, CH-3A e CH-4.
O drones chineses da família CH estão presentes nos seguintes países: Indonésia, Mianmar, Paquistão, Argélia, Iraque, Jordânia, Arábia Saudita, República Democrática do Congo, Nigéria e Sudão.
🛬 Wing Loong II / China
Os drones chineses da família Wing Loong são fabricados em diversos modelos, sendo que os mais usados são o I e o II, um dos mais modernos. Inicialmente, era utilizados para vigilância e monitoramento, mas foram adaptados para entrarem em combate.
Para esta finalidade, podem levar um conjuntos de mísseis com mira a laser e bombas e o dobro da carga que o modelo anterior podia carregar.
Site de notícias especializados em armamentos afirmam que essas características colocam o Wing Loong II na mesma classe do americano MQ-9 Reaper.
Wing Loong II
Arte g1
Desenvolvido pela Chegdu Aircraft Infustry Group (CAIG), ele é movido à hélice, o que, segundo a fabricante, permite que não seja facilmente identificado por radares.
Para aumentar o alcance, ele ainda pode ser controlado por meio de um link via satélite.
Alcance: 2.000 km
Velocidade máxima: 370 km/h
Peso: 4.200 kg
Comprimento: 11 metros
Envergadura: 20,5 metros
Armamento: Combinação de mísses e bombas (1.000 kg)
Quem usa: Arábia Saudita, Cazaquistão, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Paquistão, Uzbequistão, Argélia, Marrocos e Nigéria
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*colaborou: Gustavo Petró e Gabriel Croquer

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